Padrão Operador
Operadores são extensões de software para o Kubernetes que
fazem uso de recursos personalizados
para gerir aplicações e os seus componentes. Operadores seguem os
princípios do Kubernetes, notavelmente o ciclo de controle.
Motivação
O padrão Operador tem como objetivo capturar o principal objetivo de um operador humano que gere um serviço ou um conjunto de serviços. Operadores humanos responsáveis por aplicações e serviços específicos têm um conhecimento profundo da forma como o sistema é suposto se comportar, como é instalado e como deve reagir na ocorrência de problemas.
As pessoas que executam cargas de trabalho no Kubernetes habitualmente gostam de usar automação para cuidar de tarefas repetitivas. O padrão Operador captura a forma como pode escrever código para automatizar uma tarefa para além do que o Kubernetes fornece.
Operadores no Kubernetes
O Kubernetes é desenhado para automação. Out of the box, você tem bastante automação embutida no núcleo do Kubernetes. Pode usar o Kubernetes para automatizar instalações e executar cargas de trabalho, e pode ainda automatizar a forma como o Kubernetes faz isso.
O conceito de controlador no Kubernetes permite a extensão do comportamento sem modificar o código do próprio Kubernetes. Operadores são clientes da API do Kubernetes que atuam como controladores para um dado Custom Resource
Exemplo de um Operador
Algumas das coisas que um operador pode ser usado para automatizar incluem:
- instalar uma aplicação a pedido
- obter e restaurar backups do estado dessa aplicação
- manipular atualizações do código da aplicação juntamente com alterações como esquemas de base de dados ou definições de configuração extra
- publicar um Service para aplicações que não suportam a APIs do Kubernetes para as descobrir
- simular uma falha em todo ou parte do cluster de forma a testar a resiliência
- escolher um lider para uma aplicação distribuída sem um processo de eleição de membro interno
Como deve um Operador parecer em mais detalhe? Aqui está um exemplo em mais detalhe:
- Um recurso personalizado (custom resource) chamado SampleDB, que você pode configurar para dentro do cluster.
- Um Deployment que garante que um Pod está a executar que contém a parte controlador do operador.
- Uma imagem do container do código do operador.
- Código do controlador que consulta o plano de controle para descobrir quais recursos SampleDB estão configurados.
- O núcleo do Operador é o código para informar ao servidor da API (API server) como fazer
a realidade coincidir com os recursos configurados.
- Se você adicionar um novo SampleDB, o operador configurará PersistentVolumeClaims para fornecer armazenamento de base de dados durável, um StatefulSet para executar SampleDB e um Job para lidar com a configuração inicial.
- Se você apagá-lo, o Operador tira um snapshot e então garante que o StatefulSet e Volumes também são removidos.
- O operador também gere backups regulares da base de dados. Para cada recurso SampleDB, o operador determina quando deve criar um Pod que possa se conectar à base de dados e faça backups. Esses Pods dependeriam de um ConfigMap e / ou um Secret que possui detalhes e credenciais de conexão com à base de dados.
- Como o Operador tem como objetivo fornecer automação robusta para o recurso que gere, haveria código de suporte adicional. Para este exemplo, O código verifica se a base de dados está a executar uma versão antiga e, se estiver, cria objetos Job que o atualizam para si.
Instalar Operadores
A forma mais comum de instalar um Operador é a de adicionar a definição personalizada de recurso (Custom Resource Definition) e o seu Controlador associado ao seu cluster. O Controlador vai normalmente executar fora do plano de controle, como você faria com qualquer aplicação containerizada. Por exemplo, você pode executar o controlador no seu cluster como um Deployment.
Usando um Operador
Uma vez que você tenha um Operador instalado, usaria-o adicionando, modificando ou apagando a espécie de recurso que o Operador usa. Seguindo o exemplo acima, você configuraria um Deployment para o próprio Operador, e depois:
kubectl get SampleDB # encontra a base de dados configurada
kubectl edit SampleDB/example-database # mudar manualmente algumas definições
…e é isso! O Operador vai tomar conta de aplicar as mudanças assim como manter o serviço existente em boa forma.
Escrevendo o seu próprio Operador
Se não existir no ecosistema um Operador que implementa o comportamento que pretende, pode codificar o seu próprio. Qual é o próximo você vai encontrar alguns links para bibliotecas e ferramentas que pode usar para escrever o seu próprio Operador cloud native.
Pode também implementar um Operador (isto é, um Controlador) usando qualquer linguagem / runtime que pode atuar como um cliente da API do Kubernetes.
Próximos passos
- Aprenda mais sobre Recursos Personalizados
- Encontre operadores prontos em OperatorHub.io para o seu caso de uso
- Use ferramentes existentes para escrever os seus Operadores:
- usando KUDO (Kubernetes Universal Declarative Operator)
- usando kubebuilder
- usando Metacontroller juntamente com WebHooks que implementa você mesmo
- usando o Operator Framework
- Publique o seu operador para que outras pessoas o possam usar
- Leia o artigo original da CoreOS que introduz o padrão Operador
- Leia um artigo da Google Cloud sobre as melhores práticas para contruir Operadores